O momento de virar a chave e encontrar um novo caminho.
O ano era 2005 e eu estava recém-formada em Jornalismo e desempregada. Ali eu tentava buscar uma opção de vida dentro de algo que me fizesse e me deixasse feliz como a profissão que havia escolhido.
Todo mundo que já cursou algo sabe como é difícil pra si essa mudança e também para a expectativa da família, não seguir na profissão que se dedicou anos de estudo e esforço de todos os aspectos.
Lidar com essa espécie de frustração, diante de todo tempo investido, não é uma missão das mais fáceis.
Pra mim era algo que eu já previa, pois, como eu não estagiava (por conta dos baixos salários, das minhas grandes despesas e pouquíssimas vagas) no último ano resolvi fazer um curso de dermopigmentação (tatuagem), já me preparando para esse momento.
Mas quando se está desempregada ou até mesmo empregada, a dificuldade pra começar algo é grande, seja pelo fato de conciliar às duas profissões, seja pela falta de recurso pra iniciar uma.
Daí entra a decisão. Tem momentos na vida que você tem que realizar essa escolha e meter a cara, mesmo que esteja difícil em vários aspectos, seja pelo não apoio da família, seja pela falta de grana, e por ai vai.
Isso será uma fase acredite. No começo as pessoas não te procuraram porque realmente elas não te conhecem, portanto, mãos a obra, hora de falar pra Deus e o mundo o que está fazendo. E pra, além disso, mostrar.
Sejam com desenhos, estudos, parcerias, bate com vizinhos, fale sobre você. No meu caso, consegui uma sala bem baratinha, no bairro que morei a vida toda e assim foi. As pessoas começaram me notar. Os clientes começarão a aparecer.
O estudo e o conhecimento foram essenciais para minha sobrevivência nesse mercado.
Mostrar que eu tinha formação e conhecimento sobre aquilo foi fundamenta para eu vencer a concorrência.
Nunca pare de estudar, esse é o lema. Leve a vida com conhecimento e tudo ficará um pouco mais fácil.
Estude sobre sua área de atuação e sobre outras coisas também.
Ah e sobre o jornalismo? Ele não ficou pra trás não, ele me ajudou muito no universo da tatuagem a comunicar com minha clientela, e me ajuda até hoje. Tanto é que estou aqui escrevendo para você. Nunca desista de nada.
Gislaine Silva
Tatuadora, Muralista, Jornalista/ Produtora Cultura