Salve, salve, galera!
Tudo em paz com vocês?
Hoje eu resolvi trazer uma novidade pra cá e fazer uma entrevista com o Lorenzo! Um artista incrível de Minas Gerais que esta lançando um novo álbum hoje!
Vamos lá?
Primeiro de tudo, nos conte um pouco sobre você!
Sou nascido em Alfenas, Sul de Minas e residi lá até meus vinte e poucos anos quando vim morar em Divinópolis.
Comecei minha carreira musical aos 13 anos como tecladista. Acompanhava meus pais, que eram músicos da noite em Alfenas e no Sul de Minas. Eles tocavam mpb, bossa nova e música brasileira em geral.
Meu apelido de infância era Zé Guela, que virou nome artístico em 1999. Com esse nome gravei meus primeiros trabalhos, que eram numa pegada rock irreverente. Uma pegada divertida
O primeiro trabalho deu certo e as músicas tocavam em festas de outras cidades e tudo o mais aqui em Minas. Eu acabei precisando de uma banda pra tocar e formei a banda Zé Guela quando gravei o segundo disco.
Quando me mudei pra Divinópolis senti uma necessidade de mudar o meu som. Gravei um trabalho chamado ‘Casa de Boneca‘, que já não tinha nada a ver com os outros discos. A banda continuou, mas com outra formação mais madura.
Esse trabalho acabou sendo uma transição do rock irreverente pra um rock mais melancólico com influências do Brit Pop. Cheguei a receber prêmios com esse trabalho e comecei a dar sequência no trabalho com o piano.
Quando gravei o meu DVD de dez anos de carreira, percebi que o Zé Guela já não tinha tanto a ver com o que eu tava fazendo.
Conversando com o Rike, da Marã Música, eu falei que tava querendo retomar o meu trabalho autoral, que queria continuar, mas que não conseguia mais me ver como Zé Guela.
Acabamos resolvendo mudar pro meu sobrenome, que é Lorenzo.
‘Vem Me Encontrar no Pôr do Sol’ é o seu primeiro álbum nesta nova fase da sua carreira. O álbum inteiro tem algum objetivo? Alguma linha que una todas as músicas? Sobre o que ele trata?
Oito anos atrás eu perdi o meu pai e comecei a fazer canções pra ele. Essas canções são canções mais espirituais, pois eu acordava de madrugada e sentia a presença dele. Na época eu não tive coragem de gravar.
Ano passado eu comecei a tocar as músicas sozinho e percebi que elas formavam um álbum.
Eu tava tocando bastante essas novas músicas à tarde e uma delas se chamava ‘Vem Me Encontrar no Pôr do Sol‘ e esse acabou virando o nome do disco. Esse disco tem oito canções feitas pro meu pai após o seu desencarne.
O ÁLBUM TODO É UM ÁLBUM ESPÍRITA.
Lorenzo, sobre o seu álbum ‘Vem Me Encontrar no Por do Sol’
Em todas as canções eu sentia a presença do meu pai. Foram feitas em homenagem à ele: relatando seu desencarne, as impressões que tive no velório; também tem outras pra matar a saudade, falando do amor, do apreço que temos pelos nossos pais.
É um trabalho bem pessoal, bem intimista, onde tento prestar uma humilde homenagem ao meu pai José Lorenzo.
As canções do álbum fazem parte de um registro que você sentiu necessidade de fazer após ter uma experiência mais espiritualizada. Poderia nos contar dessa experiência?
As canções foram feitas após o desencarne do meu pai, oito anos atrás, mas só tomei coragem de gravá-las agora. Eu sentia a necessidade de prestar uma homenagem e de registrar essas músicas pra poder homenagear uma pessoa que foi tão importante na minha vida.
Foi uma experiência muito intensa por que eu tocava as músicas isolado durante as tardes e elas nasceram de uma forma muito forte. Eu acordava de madrugada e escrevia uma letra, de manhã vinha uma melodia…
Foi uma forma de matar a saudade e liberar a energia que eu tava precisando.
O que te levou a registrar essas experiências em forma de música?
O meu objetivo de registrar as músicas era justamente pra poder prestar essas homenagens a essa pessoa que foi importante e que ajudou no meu caminhar, na minha educação e me ensinou tudo sobre amor.
O que você acredita que seu falecido pai acharia das músicas?
Eu to achando a experiência maravilhosa. Lançamos já dois clipes e vamos lançar o terceiro. Levamos o piano pra vários lugares diferentes pra gravar e foi bem legal.
Eu sei que ele ta sentindo a energia e ta feliz.
Pra quem ouviu ‘Traços’ e ‘Rastro de Alfenas’, o que as outras músicas do álbum trazem em comum?
Eu tocava essas músicas como um show em homenagem ao meu pai, então elas acabam tendo um sentido juntos.
Traços fala dos meus sentimentos durante o velório e Rastro de Alfenas fala do espírito do meu pai vindo visitar os seus netos, os seus filhos e a cidade com o céu que ele tanto amava.
Pra nós, o céu de Alfenas é o mais bonito do mundo.
Qual a história dessa forte ligação que você desenvolveu com o piano?
O piano foi o meu primeiro instrumento. Comecei a estudar aos quatro anos com Walda Tizo, mãe do maestro Wagner Tizo, que fez coração de estudante. O Wagner, inclusive, é meu primo.
Na minha primeira banda eu acabei tocando baixo, mas com meus pais eu tocava teclado na noite.
Esse disco é inteiro de piano e voz. Eu procurei muito coisas de piano e voz no Brasil e não achei nenhum disco inteiro disso. Eu acabei gostando por ser um disco autoral único.
No passado, você fez carreira com o pseudônimo ‘Zé Guela’. Quem é o ‘Zé Guela’ e quem é o Lorenzo? O que eles têm de diferente e o que eles têm em comum?
O Zé Guela era o meu apelido de infância por conta da minha voz fina e por que eu falava muito. Ele tinha muito a ver com minha personalidade bem despojada e com as músicas divertidas.
Tinha uma forte ligação comigo e com as primeiras músicas que já fiz. Tenho muito orgulho dele e da banda que levou o nome dele.
O Lorenzo já é essa nova fase. É um nome artístico que vem carregado de mais maturidade tanto nas músicas quanto na personalidade. Eu to um pouco mais velho, com 42 anos, e já não tenho mais aquela energia que o Zé Guela tinha.
O Lorenzo já tem até um disco pronto pra vir depois desse. O Lorenzo veio pra ficar
Qual a sua música favorita do álbum? Porque?
A faixa título do disco. Ela é bem forte e representa uma necessidade minha de encontrar o meu pai no por do sol durante as tardes em que eu tocava piano sozinho.
Nela eu peço para que tudo pare só pra que eu possa ver meu pai. É muito forte pra mim.
Deixe uma mensagem pra quem acompanha o blog do Tattoo 2 Me
Eu já conhecia o blog há algum tempo e acho que vocês fazem um trabalho maravilhoso. Até já fizeram uma matéria sobre mim, que achei incrível. É um prazer pro Lorenzo estar fazendo parte desse processo.
Vida longa para vocês e para nós!
E claro! Nos conte um pouco das suas tatuagens! Por aqui a gente sempre quer saber sobre isso!
Eu fiz duas tatuagens numa época que quase não se fazia tatuagem – na época era marginal.
Fiz as duas com um amigo que era arquiteto e pintor. Ele resolveu começar a se aventurar nas tatuagens nessa época e eu fui a primeira cobaia dele.
A primeira fiz no braço direito e é o sininho da goela e virou a logomarca dos meus discos como Zé Guela. A do braço esquerdo são as duas claves musicais do piano: claves de sol e de fá.
Quer conhecer mais do Lorenzo?
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