A arte de marcar o corpo já é praticada há milhares de anos, e acompanha toda a história da humanidade
Hoje, tatuagem é sinônimo de estilo e moda, mas apesar de parecer um costume moderno, trata-se de uma tradição ancestral, que data dos primórdios da humanidade. É difícil dizer com exatidão quando as primeiras tatuagens foram realizadas, já que é impossível encontrar corpos tão preservados de tempos antigos, mas acredita-se que já era uma prática cultural desde 3000 a.C., pois algumas múmias egípcias apresentam marcas que indicam pinturas cravadas na pele.
Um costume mais antigo do que imaginamos
Pesquisadores e historiadores já encontraram vestígios de tatuagens em quase todas as civilizações antigas, e em cada uma, as pinturas eram utilizadas com um propósito diferente. Com os polinésios, um dos primeiros grupos que serviram de referência histórica para a prática, as tatuagens eram símbolo de poder, e serviam como uma forma de designar uma hierarquia, onde o indivíduo que tivesse mais pinturas seria mais respeitado.
Tatuagem como forma de comunicação visual
Outros povos antigos também utilizavam as tatuagens como uma forma de poder, porém visando amedrontar seus inimigos. Os maoris se tatuavam quando iam para a guerra, enquanto os povos da América Central se marcavam com desenhos que homenageavam seus companheiros que morreram em batalha. Outras tribos americanas usavam a tatuagem como um símbolo de transição, um rito de passagem; adolescentes que entravam na fase adulta eram tatuados como um sinal de respeito, e para obter a proteção de seus deuses.
Conexão com o divino
Já no Egito Antigo somente mulheres eram tatuadas, e acreditava-se que os desenhos lhe garantiam bênçãos divinas e poderes mágicos, geralmente voltados para a fertilidade. Paralelamente, no continente asiático, o Japão feudal utilizava a tatuagem como um símbolo de status e nobreza, então somente pessoas de classe alta se tatuavam, incluindo o próprio imperador, sempre para fins estéticos.
Como podemos notar, cada povo da antiguidade utilizava a tatuagem com objetivos diferentes, podendo variar entre rituais religiosos, demarcação de poder, separação de grupos sociais, identificação de escravos ou prisioneiros, ornamentação ou camuflagem. Posteriormente, a tradição acabou sendo abandonada com a expansão do Cristianismo no Ocidente, mas com a formação da sociedade moderna, voltou a se tornar algo comum e socialmente aceitável.Hoje em dia, tudo é feito de forma mais segura, já que existem profissionais especializados na prática, além daqueles formados na faculdade de biomedicina, que ajudam a estudar materiais que não sejam agressivos ao corpo humano. Nada disso seria possível se não fosse um costume tão popular através das eras, que perdurou e evoluiu por gerações.