Nascido no Paraná, o artista André Graffiti passou parte da infância em Minas Gerais. Atualmente, mora em Brasília, no Distrito Federal, onde fundou um dos maiores estúdio do Cerrado, o Capital Ink Tattoo. Influenciado pela mãe, também artista, descobriu a arte ainda aos 6 anos de idade: pintura, desenho, aerografia, graffiti, tatuagem e agora, laça um livro de crônicas reais sobre a sua experiência em seus primeiros 10 anos de profissão.
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“O primeiro contato que tive com a arte recordo-me que foi no primeiro dia de aula na pré-escola. A professora entregou a cada aluno uma folha com um desenho pontilhado, e o formato desse pontilhado era um urso. Ela nos ensinou a cobrir o pontilhado até que aquele desenho se formasse. Naquele momento, percebi que a arte fazia parte da minha vida, da minha essência, pois consegui fazê-lo somente por meio de memorização, e a minha empolgação foi tamanha que a folha chegou a rasgar.
A minha mãe, que sempre ministrava aulas de pintura em guardanapos para alguns adolescentes, foi, acredito, uma das minhas maiores inspirações. Ficava encantado com as cores e comecei a me aventurar, a fazer pinturas em tecido e, na sequência, nas paredes. Mais tarde, veio, então, a arte do grafite. A partir daí fui convidado a fazer, na região, desenhos, pinturas e letreiros do comércio.”
O artista trabalhou em diversas atividades, mas sempre tendo como ponto de partida a arte. Aprendeu sobre serigrafia com um grande artista, Marteo Teodoro, do Paraná; Ajudou o pai com o filetamento de caminhões; Tingia tecidos e escrevia frases em para-choques de caminhões de sua cidade. Por fim, conheceu a tatuagem ainda quando se tinha pouco acesso ao que, de fato, era a tatuagem.
“Recordo-me que o meu primeiro acesso a um estúdio de tatuagem foi na cidade de Monte Alto, interior de São Paulo, e nessa época eu tinha por volta de vinte anos de idade, e estava viajando pelo Brasil com um grande amigo, o Narcélio (Bodin). Tínhamos aceito um serviço de aerografia juntos para fazer em um parque de diversões inteiro e bem no momento em que estávamos fazendo a pintura de um ônibus do parque, de repente, vi um carro parando, e dele desceu um rapaz todo tatuado em nossa direção.
Para aquela época, uma pessoa toda tatuada não era comum de se ver como nos dias atuais. Ele desceu do carro elogiando o trabalho, logo se apresentou e, por coincidência, se chamava André e também fazia grafite, aerografia e tatuagem. Conversamos por algum tempo, ele me convidou para conhecer o estúdio dele.
Eu, sinceramente, tinha uma visão totalmente distorcida sobre a arte da tatuagem. Naquela época eu morava no interior de Minas, em Serra do Salitre, e as tatuagens que eu sempre via eram verdes e de traços grossos tipo a famosa “tatuagem de cadeia” (tatuagem grotesca e feita com tom verde).
Pensava, “caramba, nunca vou me tatuar”, achava ofensivo. Mas as tatuagens no braço do André de Monte Alto eram perfeitas, o sombreado parecia que tinha colado um adesivo. Isso aconteceu no ano de 2002.”
Ao longo dos anos, André se consolidou na profissão, ganhou prêmios internacionais, tatuou parte do povo Rapanui, na Ilha de Páscoa, foi ao Egito entender um pouco mais sobre arte, passou por Miami e Nova Iorque, gravou um documentário sobre a cena da tatuagem em Brasília e estudou sobre a hipnose, técnica essa que o artista usa em seu processo na própria tatuagem.
“Consigo tatuar e, ao mesmo tempo, tirar o desconforto de pessoas que tenham trauma de agulha e realizar o procedimento com mais eficácia.”
“Na Minha Pele”
Lançado no final de 2018, o livro de crônicas reais escrito por André reúne inúmeras histórias ouvidas e vividas pelo autor. O artista afirma que entende que a arte é uma manifestação ancestral, mas que isso não anula os olhares, ainda, limitados.
“Eu acredito que todo tatuador é um psicólogo.
A ideia de fazer o livro já vem há algum tempo, não tenho um hábito de escrever, mas tive que relatar cada história que eu acredito ter relevância, desde que presenciei inúmeros relatos de pessoas que passaram por situações que marcaram não só literalmente a vida delas, mas também marcaram emocionalmente.
Percebi que cada história contada tem seu valor. E que seria uma pena todas as histórias que presenciei não passar adiante, porque tem história que pode mudar o destino, você pode se identificar e tirar de base em sua próxima tatuagem, ou se a pessoa não tem tatuagem e está lendo o livro, ela vai ter uma concepção melhor sobre o que é a tatuagem, o que fazer e o que não fazer.
São histórias reais e muitas delas de superação, seria muito desperdício eu não compartilhar com pessoas que não tem esse acesso.”
André ficou cerca de 4 anos escrevendo e juntando material para a construção do livro que relata histórias dos seus primeiros 10 anos como tatuador. O livro já conta com duas edições: uma escrita em português e outra escrita em português e inglês com o objetivo de facilitar o aprendizado da língua estrangeira para quem ainda não é fluente.
“Como eu aprendi a falar inglês, achei que a versão em inglês-português, misturando pedaços de frases do texto, irá ajudar aquelas pessoas que estão aprendendo e, de certa maneira, servirá de estimulo para o aprendizado e de complementação no seu estudo.”
“Neste livro, eu quis trazer trazer para você, leitor, com brilho no olhar, as fantásticas percepções sobre a respeito da arte de se tatuar, que muitas vezes escapam da compreensão do público. Eu quis trazer a essência da tatuagem.
Várias vezes me perguntei como fazer isso e cheguei a uma conclusão: fazendo com que as pessoas entrem em contato com minhas experiências como tatuador. Por isso vim trazer essas histórias. Selecionei as melhores (foi difícil, pois são muitas). O “Na Minha Pele” é um livro para todo o público da tatuagem, de tatuados a tatuadores, e pessoas que nunca fizeram uma tatuagem, mas querem fazer a primeira.” André Graffiti na contracapa de “Na Minha Pele”.
São tantas histórias que André Graffiti já está preparando uma segunda edição de crônicas.
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