Conheça o Tribal Polinésio do artista Felipe Soares

Felipe Soares é natural da cidade de Guaíba, no Rio Grande do Sul. Foi lá, que o artista iniciou sua carreira na tatuagem, aos 16 anos de idade, tendo a oportunidade como aprendiz em um pequeno estúdio local.
Ainda no Rio Grande do Sul, Felipe inaugurou seu primeiro estúdio de tatuagem onde pôde aprimorar a técnica e participar de workshops e convenções no Brasil e no mundo.

“Ao longo dessa jornada em convenções e workshops, tive a oportunidade de conhecer e conviver com grandes mestres da tatuagem com quem pude aprender muito e, hoje, são grandes inspirações. Em 2015, vendi meu estúdio e aceitei o desafio de mudar para São Paulo, uma cidade cem vezes maior que Guaíba. São Paulo sempre me tratou muito bem, tive oportunidade de trabalhar junto com grandes artistas, realizar o sonho de trabalhar no maior estúdio da América Latina e fazer grandes amigos.”

Tatuador há 12 anos, o artista conta que o Tribal foi o responsável por uma das maiores conquistas de sua vida:

“Levei primeiro lugar na categoria Tribal da TattooWeek de 2014! Foi minha primeira vez competindo em uma convenção grande como essa. Para esse evento fiz uma tattoo de 130 horas entre freehand e tattoo, não foi apenas pelo prêmio, mas o reconhecimento por tanto tempo de dedicação e trabalho duro.”

Prêmios do artista em convenções: Felipe ganhou por 4 anos consecutivos na categoria Tribal na maior convenção de tatuagem da América Latina, a Tattooweek. Após isso, o artista foi convidado a compor o time de jurados do evento.

E por falar em Freehand, o artista aposta que esse seja o grande diferencial em seu trabalho com os Tribais.

“Na minha opinião, todo tatuador precisa ter uma boa técnica de linha e aplicação, não vejo isso como um diferencial e sim como uma obrigação. Acho que meu trabalho tem como diferencial minha técnica de freehand, o conhecimento que eu tenho de grafismos das tribos Polinésias e a forma que eu uso isso tudo para compor cada projeto único.”

FREEHAND

Em tradução livre, Freehand é a tatuagem em mãos livres. Ou seja, o tatuador desenha na própria pele o desenho da tatuagem.

O artista nos contou que produz todos seus projetos em Freehand e afirma que isso proporciona um melhor encaixe estético e um perfeito alinhamento e eixo dos grafismos.

“Gosto muito de aproveitar os movimentos de amplitude, que é quando a pessoa flexiona braço ou perna e ao invés de causar uma distorção na tatuagem, ela fica ainda mais bonita. Na tatuagem, utilizo linhas muito precisas e uma boa aplicação de preto sólido. Dando início a um fechamento de braço, por exemplo, costumo primeiramente já marcar as linhas de anatomia, valorizando os músculos do corpo, após estruturar todos os movimentos e encaixes, dou inicio à colocação dos grafismos. Acho importante que o freehand seja limpo e nítido para que o cliente possa ter exatamente a ideia da sua nova tattoo. Cada corpo é diferente, desenhando no freehand consigo extrair o melhor de cada projeto, não importa quais sejam as medidas do braço, perna, etc. Tenho como característica do meu trabalho, um cuidado para seguir referências de apenas uma única tribo, sendo assim, busco muitas referências em livros e também com tatuadores tradicionais expoentes dessas culturas.”

TRIBAL POLINÉSIO

Felipe, para nós, é mais do que um artista especialista em tribais, é o verdadeiro cara que nos ensina sobre a história, sobre as técnicas e tudo mais que envolve tanto o freehand como a tatuagem em tribal.
E como um bom especialista, ele explica:

“Aqui no Brasil, é comum que se utilize o nome Maori para se referir a qualquer tatuagem de estilo tribal polinésio, aos mais interessados no assunto é importante saber que não é tudo Maori. O termo mais abrangente correto é tatuagem Polinésia, mesmo as tradições da tatuagem Polinésia sendo muito semelhante, podemos citar cinco delas como as de maior expressão e distinção visual, são elas: Maori, Samoa, Marquesas, Hawai e Thaiti. Por exemplo, atualmente faço orçamentos apenas presenciais para que eu possa entender melhor a ideia do cliente e também orientá-lo a qual estilo seguir como referência em seu projeto. Para ser especialista em tatuagem Polinésia estudei principalmente livros dedicados à pesquisas dessas culturas e grafismos, também tive a grande oportunidade de trabalhar com outros tatuadores também focados nesse estilo de arte no qual a troca de experiência foi muito importante.”

Felipe dá uma aula, literalmente, sobre o estilo Tribal. É que há algum tempo ele produz conteúdo e workshop sobre o tema.

“O workshop foi uma das coisas mais legais que já fiz, desde a preparação da didática, os temas que seriam abordados, muita coisa para falar de um estilo complexo que é a tatuagem Polinésia em apenas um dia.
Cada workshop tem uma energia única, gosto de iniciar contando sobre a trajetória da minha carreira, para que assim eu consiga me aproximar de cada um ali presente, e que consigam se conectar com qual fase estão no momento e os próximos passos a seguir.
Ver a evolução de alguns dos participantes e receber mensagens de agradecimento, saber que pude participar um pouco da evolução dessa galera é muito importante para mim. Sou grato a todos pelo carinho e admiração.”