Hoje vamos falar de algo diferente. Vamos deixar a tatuagem de lado e vamos falar um pouquinho sobre nós mesmos. Convido a todos que estão lendo este texto a colocar um pouco a mão na consciência a respeito de nossas ações e palavras num momento tão difícil para todos nós.
Quando falamos desta pessoa que vos escreve, pensamos na mulher forte que criou uma personagem para empoderar mulheres. Muitos vêem a casca e não querem ver o que tem dentro dela. Julgar o livro pela capa é mais fácil. Ser uma pessoa superficial também.
Assim como eu, todo mundo tem suas armaduras. A vida me transformou nisso que demonstro ser, mas sei o quanto doeu fingir não ter sentimento algum. Mas, em momentos específicos, eles aparecem. Eu sinto raiva, eu fico triste inúmeras vezes, eu choro, eu rio, eu sinto muito rancor, mas tento deixar algumas coisas de lado para escutar e dar voz para outras pessoas. Vocês também são assim?
Diante de uma pandemia global que, no dia no qual escrevo este texto, contamos com 3.687 mortes nas últimas 24 horas no nosso país, precisamos falar sobre o que estamos sentindo. O mundo está desabando sobre nossas cabeças e não sabemos para onde correr. A urgência está nos gritando, assim como gritei por muitos meses e muitas pessoas fingiram não me ouvir. Assim como seguimos fingindo não ouvir nossos próprios gritos. Com isso, percebo que buscamos tanto uma felicidade ou alcançarmos um topo que nos esquecemos de nós mesmos. Será que somos tão egoístas ao ponto de não ouvirmos nossos próprios pedidos de socorro?
Muitas pessoas estão surtando porque não temos mais o abraço caloroso da família, afinal, vê-los é sinônimo de colocarmos a vida deles em risco. Muitos estão trancados em casa há meses para cuidarem de si. Está todo mundo sofrendo a dor da perda que, por mais que não tenha perdido alguém próximo, está perdendo a vontade de levantar da cama no dia de amanhã. Somos egoístas demais para percebermos que estamos nos matando de dentro pra fora. Queremos cada vez mais poder, cada vez mais uma vida financeira decente diante de mais de 3 mil mortos por dia!
Apenas pare. Respire fundo.
Nem todo mundo dá a cara a tapa para dizer coisas assim num Blog tão conhecido. Mas a urgência também me consome. Eu preciso dizer para pararmos de sermos egoístas conosco e nos ouvirmos. Precisamos parar de nos cobrar coisas supérfulas num momento que precisamos apenas garantir nosso alimento de amanhã e nossa saúde mental. O novo normal não deveria ser normal! E aceitarmos isso só vai piorar as coisas!
Reavalie-se. Tire uns dias para pensar. Uma pessoa uma vez disse em vídeos que devemos organizar nossas tarefas para que sejamos produtivos em nossas redes sociais e que devemos cuidar do bom relacionamento com o público. Mas quem cuida de nós?
A vida já me deu tanto soco que finalmente entendi que sou eu por mim mesma. Por mais que estejamos rodeados de pessoas, quem decide seremos melhores somos nós mesmos. É uma escolha nossa e, como na terceira Lei de Newton, toda ação causa uma reação igual ou contrária. Faça o bem para você mesmo. Isso reflete no bem para os demais.
Somos flores num jardim. Não crescemos de um dia para o outro. Passamos por dias de sol escaldantes e por tempestades. Algumas flores ao nosso redor não aguentam, mas podemos fincar nossas raízes na terra. Perdemos vez ou outra alguma pétala, mas seguimos ali, firmes e fortes. Cuidem de suas raízes.
Com calma na alma – uma boa frase de tatuagem e oh! falamos de tattoo aqui! -, deixo uma música para ouvirmos ao fim deste tapa na cara disfarçado de texto: a vida é tão rara!
Foto em destaque: Klaus Nielsen no Pexels