Como fazer uma Cover-Up

Descubra tudo sobre a técnica de coberturas de tattoos.

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Cobertura ou Cover-Up é, simplesmente, a técnica de cobrir uma tatuagem com outra tatuagem. Mais simples impossível, não é? Pois bem, mas a técnica envolve muita experiência, estudo e dedicação. A coisa é beeem complexa! Para início de conversa, a ideia desse texto foi uma sugestão de vocês, leitores e seguidores que comentaram muito no nosso Instagram. Sempre que surgia oportunidade, Cover-Up estava entre as principais dúvidas.

Então nós fomos atrás de quem poderia nos auxiliar e nos explicar tudinho sobre a técnica. E quem nos deu essa oportunidade foi nada mais, nada menos, que nosso parceiro, o tatuador Rodrigo Jack. Ele é O cara em Cover-Up e vai além: conseguiu, com quase duas décadas de experiência em tatuagem, produzir coberturas dentro do seu próprio estilo, o Realismo.

Depois de encontrarmos o Rodrigo Jack no último Tattoo Week SP, marcamos um bate-papo com o tatuador já aqui no Rio de Janeiro, nossa querida cidade que o tatuador escolheu para viver e tatuar. Nossa conversa foi marcada por muito bom humor, típico do tatuador, e muito aprendizado. No caso, quem aprendeu foi esta jornalista que vos fala!

Rodrigo Jack em ação.

Rodrigo foi generoso demais e dividiu com a gente sua história e sua experiência profissional. Ele nos contou que é natural de Caraguatatuba, cidade localizada na Baixada Santista e que, aos 12 anos, se arriscou no mundo da tatuagem:

“Eu já desenhava na escola, ficava perturbando as meninas e tal. E coincidentemente fui morar atrás de um estúdio de tatuagem. Ficava ouvindo aquele barulho e quando descobri o que era, fiquei encantado: o cara desenhava na pele! Fui tentar me aproximar e o cara não deixou. Fiquei p**! Mas aí eu e um amigo, também tatuador, Rodrigo Careca, fechamos que íamos fazer uma tatuagem. Nós conhecíamos uns hippies na cidade e eu peguei um secador de cabelo da minha mãe, fizemos umas gambiarras e conseguimos fazer uma maquininha. Fiz minha primeira tatuagem, no pé!”

E aí ele despontou: descobriu que o tatuador do estúdio vizinho à sua casa também fazia uns bicos como professor de violão, e achou uma forma de se aproximar do cara. Resumindo, Rodrigo ficou 5 anos no estúdio como aprendiz. Essa “escola” chamada Iran ensinou pintura à óleo, grafite, aerografia, e deixava ele se arriscar a tatuar apenas em pele de porco. Rodrigo ganhou o Brasil e chegou ao Rio de Janeiro: “Aqui no Rio a galera deixa a gente usar a criatividade, e eu estava buscando liberdade mesmo. No interior eu estava muito limitado.”

Quando perguntamos qual estilo Rodrigo mais gostava de fazer ou que mais se identificava, ele respondeu prontamente: “Realismo, Colorido e Cover-Up. São mais de 10 anos fazendo cobertura. É muita, muita cobertura.” Já que o cara disse, então vem todo mundo!

Cobrir com o quê?

A gente tinha essa dúvida e não sabia, mas o Rodrigo nos explicou que Cover-Up é muito complexo e depende de muitos fatores: cores, traços, tamanhos, local da tatuagem, pigmentação da pele etc. Você pode escolher junto com o tatuador o que fica melhor, falar um pouco do seu gosto, ou seja, negociar junto com o artista.

Qualquer cor?

Rodrigo nos explicou que, com seus estudos, aprendeu que as cores acabam se misturando na pele. “Aprendi isso na prática, estudando mesmo. Eu preciso estudar para saber qual o melhor resultado que vou obter aqui. A tatuagem a ser coberta nunca é perfeita, sempre tem um falhado, uma cor mais clara, e aí a gente se aproveita disso.”

Tattoos mais antigas = mais fácil de cobrir?

Sim. “Tattoos antigas são mais fáceis pelo pigmento usado antigamente, material, técnica. A tatuagem evoluiu muito em dez anos. Agora é coisa de artista, não é mais só tatuagem.”

Cover-Up três vezes maior?

“Nem sempre. Podemos fazer desenho sobre desenho perfeitamente. Ainda mais se a tatuagem não estiver com boa qualidade. A gente estuda e usa o desenho que caiba estrategicamente ali. A gente faz um jogo de luz e sombra para cobrir. Joga elemento em segundo plano. Enfim, é complexo.”

Cicatrizacão.

A gente logo sente uma dorzinha quando pensa em uma tattoo por cima de outra. E não é à toa: doi, sim. É o especialista falando: “a cicatrização requer mais cuidado. A aplicação é mais concentrada, mais sólida. E nessa aplicação é camada por cima de camada, tom sobre tom. Você não estoura a pele, mas acaba lesionando. A tatuagem não deixa de ser uma cicatriz.”

Cover-Up no Brasil.

Rodrigo nos contou que o profissional que se arrisca em fazer coberturas precisa estudar e se aprofundar muito para obter um resultado positivo. “Poucos tatuadores conseguem abraçar essa causa. Eu conheço poucos tatuadores que podem ser chamados de referência. Aqui no Rio nós temos o Sílvio Freitas, em Santa Catarina tem o Rama Rama, e a Jay, do Rio Grande do Sul. É gente que eu acompanho e sei que está se dedicando há anos.”

Técnica: traço não se cobre.

“A gente vai camuflando a tattoo. A gente tem uma camada de pele e depois uma camadinha de gordura, e depois tem uma membrana que envolve os músculos e funciona como uma proteção, o tecido adiposo. E é ali que o pigmento tem que ficar. Ali ele encontra o fibroblasto que existe para cicatrizar a pele. Então essa célula abraça o pigmento, abraça o pó. O pigmento é um pó. O líquido que existe só conduz o pó para o tecido onde ele tem que ficar, no caso, a pele. Se o pigmento fosse líquido, seu corpo teria força suficiente para expelir.”

E se não der certo?

O tatuador nos deu algumas dicas de cuidados com uma cobertura: “tem que cuidar. Não pode pegar sol, senão escurece e acaba manchando mesmo. Quem tem a pele mais pigmentada, tem que tomar mais cuidado.”

Remoção ou clareamento a laser.

Muita gente, antes de passar pelo processo da cobertura, prefere clarear a tattoo antiga com a técnica de laser. Rodrigo avalia a técnica de clareamento: “eu acho válido, desde que o local, a clínica, seja de qualidade. Senão acaba com uma cicatriz, uma queimadura, queloide até. Tatuagem lesiona, laser queima, frita. Tem que ter muito cuidado. Mas é uma boa alternativa, principalmente para tinta preta.”

Referência e tatuagem no mundo.

“Eu tenho o Macaco, da Electric Ink, como referência de profissional, artista. Cara humilde. Primeiro workshop que fui, foi dele. Fernando Fly também. O cara é magnífico. Todo mundo de São Paulo e aqui no Rio, tem o Ganso Galvão. O cara é nível dos gringos. E gringos são pesados. Tem que estar atualizado, ver vídeos, estudar.”

Nós babamos nas coberturas do Rodrigo Jack. São verdadeiras obras de arte, não só pelos desenhos em si, mas também pela perfeição em consertar, adaptar, criar e recriar. Tiramos todas as nossas dúvidas sobre essa técnica. E você, tem alguma dúvida? Manda pra gente! Tem alguma cobertura? Manda pra gente também, vamos adorar ver! Até a próxima!

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Fernanda Moraes
Fernanda Moraeshttps://blog.tattoo2me.com
Editora no Tattoo2me Magazine. Mãe do Zion e Jornalista, às vezes. Cultura Periférica, Indústria Cultural e Tatuagem.

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