Laressa Wada tem uma sensibilidade e uma alegria sem fim. Não à toa, fala de seu trabalho, de suas flores e de cada história registrada na pele, por ela, como ninguém. A artista é brasileira, mas foi, aos 6 meses de vida, morar do outro lado do mundo com a família. Foi no Japão que Laressa viveu até os 15 anos de idade, quando retornou ao Brasil “trazendo na mala bastante saudade” e muito da cultural oriental.
“No Japão, pela cultura e as pessoas serem fechados, eu vivia em um mundo a parte, como no “fantástico mundo de Bob”, morávamos bem no interior, cercado de montanhas, arrozais e havia até um templo perto de casa. Minha vida era andar de bicicleta pela cidade, “roubar” pêssegos da plantação do vizinho e andar no mato pelas montanhas.
Na minha infância, passava muito tempo desenhando plantas e animais, “estudando” para o meu futuro. É que, quando criança, sonhava em ser bióloga e morar no meio da floresta amazônica, achava que seria um misto de national geographic com a branca de neve, sem os 7 anões.”
Não à toa, é no meio do mato, no silêncio da natureza, que Laressa se sente mais a vontade. E apaixonada, como ela mesma diz:
“Vivi maior parte da vida como um passarinho sem ninho porque nunca soube me dedicar, sem amar, o que fazia. Considero tudo feito pela natureza tão perfeito, incluindo o corpo nosso que recebe a tatuagem, que para mim teria que viver mil vidas estudando e aprimorando para cada vez retratar esse perfeição com todo seu esplendor. Acho que é puro amor mesmo!”
Obviamente que morando tantos anos no Oriente, fez com que Laressa trouxesse junto com ela outras vivências, realidades e experiências de vida e de trabalho.
“Acho que minha principal influência do Japão é a dedicação, o gosto pelo trabalho, porque para mim não tem tempo ruim, se precisar ficar horas estudando ou tatuando eu vou que vou. Já perdi amizades por me comprometer mais com a tatuagem do que com qualquer outra coisa, acredito que só tenho um namorado porque ele é japonês e entende isso.”
A própria Laressa adiantou essa outra curiosidade da sua vida, mas ela namora um japonês nativo que conheceu aqui mesmo no Brasil, na Bahia.
Ele, aliás, é o responsável por essas fotos lindas da nossa matéria!
Valeu, Yuichi Fukuda! ❤
IN NATURA
Laressa está à plenos pulmões produzindo um novo projeto chamada “In Natura”, onde o foco é usar plantas para fazer uma espécie de carimbo na pele e à partir desse carimbo, produzir a tattoo.
“Me inspiro muito na ilustração científica, no Fineline e no Realismo, direcionado para botânica, é claro.
O projeto “In Natura” nasceu, claro, inspirado na técnica da Rit.Kit, onde ela abençoou a arte da tatuagem levando a planta à pele. Nessa releitura que faço, utilizo apenas o preto, pois é do grafite que trago toda minha bagagem artística. O que me encanta nessa técnica é extrair algo único para pele, além de levar esse olhar para natureza, sinto que em toda arte há sempre um propósito, subjetivo ou objetivo, o meu é de lembrar através da pele que somos conectados e apaixonados pela natureza. Afinal ela é a obra prima original, e à mim, mera mortal, me resta apenas viver para homenageá-la.
Vejo a tatuagem como um ato de amor próprio, uma declaração de amor pelo seu corpo, e me sinto verdadeiramente grata por fazer parte disso.”
Seu ideal profissional é que possa viver fazendo arte. E falando sobre paixões, Laressa não esconde seu gosto:
“Claro que sempre temos nosso carinho especial por algo, gosto muito muito das plantinhas do mato, desde seus capins doidos que por vezes uso para brincar com minhas gatas, até suas flores, aquelas flores sem nomes que crescem espontaneamente me lembram de quando criança as colher para fazer buquê para mãe. E as Bromélias, nossa sou fascinada por elas, parecem plantas ancestrais que comportam um universo dentro de suas folhagens, e a strelitzia, aquela flor parece uma obra de arte, bom como disse a lista só tende a se entender, é infinita.
Mas tenho visto que além da beleza natural das plantas, há uma história que muitas vezes levamos com elas, como a Bianca, que cresceu na casa de sua avó na Rua das Margaridas e, quando se mudou com sua mãe, foi para a Rua Amor-perfeito, essas duas ruas se encontravam, essas duas flores hoje em seu peito, enraizadas no coração junto com suas memórias de infância. Tem sido lindo ver todos os significados e significâncias que a tatuagem leva.”
Ainda na conversa sobre seus ideais e seus desafios…
“Arte que alimenta minha alma e alegra minha vida e que essa arte possa enaltecer o corpo daquela que a recebe e melhor que eu possa ainda contribuir e apoiar causas do bem, buscando ajudar mesmo que pouquinho a tornar esse mundo um lugar melhor.
É um um desafio, como diz a sábia Clarice Lispector: “Que ninguém se engane, só se consegue a simplicidade através de muito trabalho…”
Então, para mim, é um constante estudo para conseguir chegar o mais próximo possível dessa simplicidade e leva-la com leveza para pele.”
Tem como não se apaixonar por essa artista?
Tem muito mais para você conhecer, então, aproveita e segue a artista:
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