Se você é um apreciador da tatuagem tradicional, com certeza já deve ter visto ou até mesmo reproduzido esse tema tão clássico da tatuagem “old school”. Mas você sabe a real história por trás dessa imagem?!
Para contar essa história, é preciso destacar dois personagens primordiais para o surgimento e popularização do tema. O Reverendo britânico Augustus Montague Toplady (1740-1778) e o pintor alemão Johannes Adam Simon Oertel (1823-1909).
Toplady teria escrito o famoso hino intitulado “Rock of Ages” (Rocha das Eras) em 1763 e publicado pela primeira vez em 1775 na revista The Gospel Magazine. Segundo uma tradição local, ele teria escrito o hino depois de passar por uma terrível tempestade no desfiladeiro de Burrington Combe em Mendip Hills na Inglaterra.
No incidente, Toplady se abrigou em uma fenda do desfiladeiro durante a tempestade, onde fez o primeiro esboço da canção baseado na passagem de Salmos 94:22. Posteriormente, o hino se tornou muito popular entre os cristãos protestantes do século 18 e 19 na melodia de um conhecido compositor da época chamado Thomas Hastings (1784-1872). Também ganhou muitas versões, traduções e arranjos na voz de variados intérpretes ao longo dos tempos, incluindo uma versão de Johnny Cash.
Durante o século 19, o hino se tornou um simbolo de fé e perseverança, e cerca de um século após a sua criação, o artista alemão Johannes Adam Simon Oertel eternizou a icônica imagem da mulher agarrada à uma rocha em forma de cruz, em meio a tempestade. Inicialmente o título era “Saved” (salvo) mas posteriormente a imagem recebeu o mesmo título da canção de Toplady e variadas versões da imagem foram pintadas ao redor do mundo.
Na tatuagem, é difícil precisar quem ou quando começou a fazer uso da imagem, mas há grandes indícios de que popularizou-se entre o final do século 19 e início do século 20 com a contribuição de nomes como Samuel O’Reilly e Bert Grimm, com suas primeiras versões do tema. Desde então, inúmeros artistas da tatuagem fizeram suas próprias versões da consagrada imagem que hoje é sem dúvida mais emblemática no circuito da tatuagem do que no ambiente cristão.
O desfiladeiro onde toda essa história teria começado, ainda hoje é ponto de visitação para turistas que visitam a região. No percurso próximo à fenda, os guias costumam apagar as lanternas e seguir cantando em coro a famosa canção. Se você quiser conhecer o hino em sua melodia, vou deixar aqui o link de algumas versões dela no youtube.
Referências:
Photo by Guilherme Stecanella on Unsplash