Muitas múmias tatuadas, como Ötzi, foram encontradas e estudadas por pesquisadores ao longo dos tempos, provando que a prática da tatuagem está presente na cultura e costumes da civilização humana desde os tempos mais remotos.
Algumas múmias se destacam pela nitidez e pelos desenhos elaborados que, ainda hoje, estão presentes na cultura da tatuagem contemporânea. Entre elas, podemos destacar a múmia de Amunet encontrada em Deir el-Bahari, no Egito, em 1891; as múmias pré-dinásticas de Gebelein também descobertas no Egito, em 1896; a princesa Ukok encontrada na Sibéria entre a borda da Rússia com a China, em 1993; a Senhora de Cao descoberta em Trujillo, no Peru, em 2006 ou a múmia de Luxor descoberta mais recentemente na cidade de Luxor, também no Egito, em 2014.
Mas nesse artigo, eu gostaria de aprofundar um pouco mais na descoberta de uma múmia em especifico encontrada na fronteira da Áustria com a Itália, em 1991, a múmia de Ötzi.
A múmia Ötzi foi achada acidentalmente por um casal de alpinistas alemães nos Alpes do Tirol. Inicialmente o trataram como um cadáver de um alpinista moderno morto de maneira acidental ou de um soldado morto na primeira guerra mundial. Depois de algumas pesquisas mais detalhadas, cientistas forenses chegaram à conclusão de que Ötzi foi morto há mais de 5.300 anos entre 30 e 45 anos de idade, e que carrega alguns recordes consigo.
Ötzi viveu aproximadamente no ano de 3.250 aC, em plena Era do Bronze.
Nesse período, civilizações como a China, a Índia, Mesopotâmia e Egito estavam se estabelecendo e Cidades Estados estavam sendo formadas às margens dos rios, deixando de serem nômades e se dedicando à agricultura.
Como mencionei anteriormente, a múmia de Ötzi carrega consigo alguns recordes como a de múmia mais antiga já encontrada. É, também, a mais preservada, a mais tatuada, o homicídio mais antigo registrado e antecipa, em pelo menos, 2.000 anos os princípios aplicados atualmente na acupuntura.
Para explicar melhor os itens destacados acima, vale a pena ressaltar que cientistas forenses analisaram os restos mortais de Ötzi com as mesmas técnicas usadas para analisar cadáveres atuais, usando diferentes áreas da ciência para chegarem a uma conclusão mais precisa.
Na ocasião, ficou definido através da análise do carbono 14, que Ötzi é realmente a múmia mais antiga já encontrada. Título que anteriormente pertencia ao Homem del Morro, descoberto no deserto do Atacama na parte do Peru, em 1983.
Os estudos também comprovaram que o sangramento que causou sua morte, também ajudaram a preservar seus restos mortais, uma vez que os agentes da decomposição natural do corpo não agiram como deveriam pela ausência do sangue somado ao frio intenso da região dos alpes.
Em seu corpo foi observado cerca de 61 tatuagens em forma de linhas paralelas com uma tonalidade azulada.
Os ferimentos analisados, mostraram que Ötzi teve um confronto mortal com dois ou mais oponentes antes de ser atingido com uma flecha pelas costas, possivelmente em um momento de fuga. O confronto pode ter ocorrido por uma questão territorial ou simplesmente por uma disputa de caça.
As marcas azuis que Ötzi trazia espalhadas pelo corpo, estavam posicionadas em pontos tradicionais da acupuntura chinesa. Foi observado, também, que nesses mesmos locais Ötzi apresentava lesões, concluindo que as marcas foram feitas com intuitos medicinais. Estudos foram feitos com os processos atuais da tatuagem acompanhados por cientistas forenses, e melhoras consideráveis foram observadas no paciente, no entanto, os estudos ainda carecem de mais pesquisas conclusivas.
Além desses detalhes observados, também foi possível analisar a última refeição de Ötzi, suas vestimentas, seus utensílios pessoais, rastrear o seu genótipo e fazer uma reconstituição de como seria sua aparência, em tamanho real:
Referências:
. www.nationalgeograficbrasil.com
. Discovery Civilization, Ötzi: Mumia do Gelo
. Nos Tempos de Ötzi o Homem do Gelo, Observatório7
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