A palavra “tattoo” do inglês é um termo relativamente novo se considerarmos que o ato de marcar a pele está presente no comportamento humano desde os tempos mais remotos.
Vale ressaltar que a primeira grafia registrada (tattow) aparece no diário de bordo do navegador britânico James Cook, durante suas expedições às ilhas do Pacifico Sul, entre os anos de 1769 e 1777.
No entanto, o termo se trata de uma corruptela da palavra polinésia “tatau” de raiz pampolinesiana, que pode significar cortar, incisar, marcar ou até mesmo escrever segundo a etnologia da palavra. Também existe a teoria de que a palavra pode ser uma onomatopeia do som das batidas das ferramentas usadas antigamente na execução da tatuagem na região, mas essa versão pode ser um pouco controversa.
Anteriormente, o ato era definido genericamente como marcas ou pinturas corporais, porém recebeu diferentes nomenclaturas em cada cultura onde a prática foi observada.
No início, o termo definia toda forma de modificação intencional da epiderme, porém entre os séculos 19 e 20 um pesquisador alemão chamado Karl Von Den Steinen, resolveu diferenciar as modificações da pele em categorias distintas como pintura corporal, escarificação, desenho cicatricial e tatuagem.
O contato de embarcações européias com as civilizações do Pacífico Sul no final do século 18 resultou na disseminação da prática entre marinheiros e consequentemente a sua popularização em outros continentes, dando início a fase da reinvenção ou redescoberta da tatuagem no mundo ocidental. Desde então, a palavra tattoo e suas respectivas traduções em outros idiomas, foram usadas em toda parte para definir o ato de marcar a pele de forma permanente por meio de puncturas e pigmentos.
Em inglês ainda é possivel ver o neologismo “tattooist” como resultado da junção das palavras “tattoo” e “artist” atribuído à Sutherland Macdonald para denominar aqueles que exerciam o ofício, e uma segunda opção “tattooer” diferenciando aqueles que não possuiam nenhuma formação artística. Os equivalentes em português seriam “tatuagista” e “tatuador” com os mesmos significados, mas ficamos apenas com a última terminologia.
A introdução da palavra “tatuagem” no idioma português, provavelmente tem pouco mais de um século e meio, uma vez que não aparece nos dicionários da língua portuguesa até 1871.
Referências:
• Tatuagens e Desenhos Cicatriciais: Menton de Alencar Neto & Jose Nava (Edições MP, 1966);
• TATTOO, Secrets of a Strange Art: Albert Parry (Ed. Dover, 1933);
• Contribuição aos Estudos das Tatuagens Em Medicina Legal Francisco Alves Corrêa de Toledo, (Ed. Estado de São Paulo, 1926);
• Voyages Round the World, James Cook (Ed. W. P. Nimmo, 1777).
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